Mercúrio: tudo o que você precisa saber sobre o planeta mais próximo do Sol

Mercúrio é o menor dos oito planetas do nosso Sistema Solar, e o mais próximo do Sol.

Ao contrário de alguns outros planetas, Mercúrio é conhecido pela humanidade desde os tempos antigos e, embora a sua data de descoberta seja desconhecida, as primeiras menções sobre ele são datadas de 3000 a.C., pelos sumérios.

Devido à sua proximidade com o Sol, desvendar os segredos de Mercúrio ainda é um desafio para a humanidade, porém, a ciência vem evoluindo em suas pesquisas e hoje já conhecemos muito mais sobre esse fascinante planeta.

O perfil do Planeta Mercúrio

  • Diâmetro: 4,879 km;
  • Massa: 3,30 x 10 ^ 23 kg (5,5% do tamanho da Terra);
  • Luas: nenhuma;
  • Distância Orbital: 57.909.227 km;
  • Período de órbita: 88 dias;
  • Temperatura de Superfície: -173 a 427 ° C;

Mercúrio é o menor planeta do sistema solar, e continua diminuindo

Um dos cinco planetas visíveis a olho nu, Mercúrio possui um diâmetro de apenas 4.879 quilômetros, o que o torna um planeta relativamente pequeno, se comparado com os 12.742 quilômetros da Terra. E como se ele já não fosse pequeno o bastante, além de ter diminuído no passado, ele continua encolhendo até hoje.

Isso porque o minúsculo planeta é constituído por uma única placa continental, sobre um núcleo de ferro. À medida que o núcleo esfria, ele se solidifica, reduzindo o volume do planeta e fazendo com que ele diminua. Esse processo faz com que o planeta tenha uma aparência enrugada, cheia de grandes vales em sua superfície.

O chamado "Great Valley" tem quase 1000 quilômetros de extensão, 400 km de largura e 3 km de profundidade, sendo maior que o famoso Grand Canyon do Arizona.

Mercúrio é apenas o segundo planeta mais quente

Apesar de ser o planeta mais perto do Sol, Mercúrio fica atrás de Vênus quando se trata do planeta mais quente.

A superfície que fica voltada para o Sol chega a temperaturas de até 427 °C, porém, o lado que não é exposto ao calor solar pode chegar a -173 °C. Isso faz com que o planeta seja o com a maior oscilação de temperatura do Sistema Solar, e ocorre porque o planeta não tem uma atmosfera para ajudar a regular sua temperatura.

A estranha órbita de Mercúrio

Mercúrio orbita de forma elíptica em torno do Sol. Por causa disso, durante sua órbita, o planeta pode chegar à 47 milhões de quilômetros ao Sol em alguns momentos, e em outros ficar à 70 milhões de quilômetros do Sol.

Isso faz com que ele seja o planeta com a órbita mais excêntrica do Sistema Solar, além de ser a menos circular de todos os planetas.

Além disso, como o eixo de Mercúrio tem a menor inclinação de todos os outros planetas, ele não possui estações.

Mercúrio: o deus mensageiro

Mercúrio gira em torno do sol mais rápido que qualquer outro planeta, percorrendo 180.000 km/h em torno de sua órbita elíptica.

Devido à essa grande velocidade, o planeta foi nomeado pelos romanos como o seu deus mensageiro. Antes disso, o planeta já havia sido nomeado pelos sumérios, que o associavam a Nabu, o deus da escrita.

Dois Mercúrios?

As primeiras civilizações que avistaram Mercúrio acreditavam que havia dois planetas diferentes. Isso porque eles podiam ver Mercúrio duas vezes por dia, uma vez pela manhã e depois novamente à noite.

O que eles não sabiam era que era o mesmo planeta que eles viam duas vezes. A razão pela qual podemos ver Mercúrio duas vezes é que ele orbita muito rapidamente em torno do sol.

Por causa disso, assim como Vênus, o planeta recebeu nomes separados para sua aparição como estrela da manhã e estrela da noite.

Um ano em Mercúrio é menor do que um dia

Um ano em Mercúrio é de 88 dias, mas um dia solar em Mercúrio equivale a 176 dias terrestres.

Como esse planeta está muito próximo do Sol, ele sofre um fenômeno de fechadura gravitacional. Assim, sua rotação vai diminuindo com o tempo, se igualando com sua órbita ao redor do Sol.

Mercúrio é o planeta com mais crateras do sistema solar

Ao contrário da maioria dos planetas, Mercúrio não é geologicamente ativo. Por isso, ele não consegue se recuperar dos impactos com asteroides e cometas, fazendo com que sua superfície seja coberta de crateras.

A maioria das crateras mercurianas tem o nome de escritores e artistas famosos, como Picasso, Mozart e Dostoiévski. No Brasil, o escritor José de Alencar e a artista Tarsila do Amaral foram alguns dos homenageados.

Cerca de 4 bilhões de anos atrás, um asteroide de aproximadamente 100 quilômetros de largura atingiu Mercúrio, com um impacto equivalente a 1 trilhão de bombas de 1 megatonelada, criando uma vasta cratera de cerca de 1.550 km de largura. Conhecida como a bacia Caloris, esta cratera tem quase o mesmo tamanho da cidade de São Paulo.

Mercúrio e seu enorme núcleo de ferro fundido

O mercúrio é o segundo planeta mais denso depois da Terra, com um enorme núcleo metálico de cerca de 3.600 a 3.800 km de largura, ou seja, 75% do diâmetro do planeta é composto pelo seu núcleo! Esse núcleo sozinho possui mais ferro do que qualquer outro planeta no sistema solar.

Já a camada externa tem apenas 500 a 600 km de espessura. A combinação de seu enorme núcleo e a abundância de elementos voláteis deixou os cientistas perplexos por anos.

A atmosfera do Mercúrio é tão fina que é praticamente inexistente

Sendo aproximadamente 1015 vezes menos densa que a atmosfera da Terra, a atmosfera de Mercúrio está mais próxima de um verdadeiro vácuo do que qualquer vácuo já feito pelo homem.

Existem duas explicações por trás dessa falta de atmosfera substancial. Em primeiro lugar, com uma gravidade de apenas cerca de 38% da encontrada na Terra, Mercúrio é simplesmente incapaz de reter grande parte da atmosfera.

Em segundo lugar, a proximidade do Mercúrio com o Sol faz com que ele seja constantemente bombardeado por ventos solares, o que leva a maior parte da pouca atmosfera que ele acumula.

Devido à essa baixa gravidade e falta de atmosfera, Mercúrio não tem luas ou anéis.

Mas Mercúrio tem uma cauda!

Foi descoberto recentemente que Mercúrio se move como um longo cometa, com uma cauda por trás dele. Essa cauda é composta de átomos de sódio, que saem de sua superfície.

Eles são empurrados pela intensa pressão da radiação do Sol, fazendo com que o planeta pareça ter um longa cauda.

O telescópio Hubble não pode ser usado para Mercúrio

O Telescópio Espacial Hubble, que é usado para ver objetos astrais de longe, não pode ser usado para ver Mercúrio! O motivo é a proximidade desse planeta com o Sol.

Se tentássemos usar o Telescópio Hubble para observar este planeta, o brilho do Sol poderia prejudicar os componentes elétricos do equipamento.

Poderia existir gelo no planeta mais próximo ao Sol?

Devido a proximidade de Mercúrio com o Sol, podemos imaginar que seria impossível ter gelo em sua superfície, não é? Mas os cientistas descobriram o contrário.

Foi encontrado gelo em numerosas crateras em Mercúrio, que nunca recebiam luz do sol. Além disso, traços orgânicos foram encontrados na superfície de Mercúrio, significando que poderia haver vida no planeta.

Apenas duas naves espaciais já visitaram Mercúrio

Devido à sua proximidade com o Sol, Mercúrio é um planeta difícil de visitar. Qualquer nave espacial precisaria viajar 91 milhões de quilômetros em direção ao astro-rei, de modo que até hoje apenas duas missões foram enviadas.

Durante 1974 e 1975, a Mariner 10 voou por Mercúrio três vezes, e durante esse tempo eles mapearam apenas metade da superfície do planeta.

Depois disso, por mais de 30 anos nada foi enviado à Mercúrio . Apenas em 2004, a sonda MESSENGER foi lançada para explorar a alta densidade de Mercúrio, sua história geológica, a natureza de seu campo magnético, entre outros pontos.

Agora que conhece mais sobre Mercúrio, veja também as características dos outros planetas do Sistema Solar.

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