O mundo das mitologias antigas está repleto de criaturas com poderes especiais. Algumas são muito conhecidas, como a Medusa ou o Minotauro, poderosos adversários dos heróis gregos. Já outras nem tanto. Mas nem por isso devem ter as suas habilidades subestimadas.
Baku (Mitologias Japonesa e Chinesa)
Dentre as criaturas lendárias do Japão, o Baku é uma das mais esquisitas. Ele é um espírito que pode aparecer com corpo de urso, tromba de elefante, patas de tigre e rabo de raposa. Diz a lenda que ele foi feito pelos deuses com as partes que sobraram dos animais, no momento da criação. Seu poder? Baku é um espírito devorador de sonhos.
Suponhamos que você tenha um pesadelo. Nesse caso, pode chamar Baku para comê-lo, e depois dormir tranquilamente. Mas tenha cuidado! Se ele estiver faminto, pode não ficar satisfeito com o seu pesadelo e acabar devorando os seus sonhos e esperanças de futuro, deixando a sua vida vazia e sem ânimo. Na dúvida, melhor não arriscar...
Corça de Cerineia (Mitologia Grega)
A ninfa Taígete foi transformada na Corça de Cerineia pela deusa Ártemis para protegê-la das insistentes investidas de Zeus. Maior que um touro, com chifres de ouro maciço e patas de bronze, a corça tinha uma velocidade impressionante e nunca se cansava de correr. Um dos 12 trabalhos de Hércules foi justamente capturá-la, o que só aconteceu depois de um ano de perseguição, quando o animal parou para beber água e foi ferido por uma flecha atirada pelo semideus.
Para além da velocidade, essa criatura mitológica possuía poderes mais simbólicos. O bronze em seus pés representa a relação com o mundo terreno, os perigos de ser consumida pelos desejos terrenos e ainda é o que a impede de alçar voos mais altos. Os chifres de ouro simbolizam o vigor da alma, tão forte e segura que a protegia de qualquer possível fraqueza espiritual.
Ratatoskr (Mitologia Nórdica)
Ratatoskr vive em Iggdrasil, a árvore da vida, e é o mensageiro dos deuses. Mas essa criatura lendária nutre um certo gosto pela intriga e não se limita a apenas passar mensagens. Com comentários ácidos e algumas mentiras, o pequeno esquilo vermelho alimenta a hostilidade entre Nidhoggr, o dragão que vive junto às raízes da árvore, e a águia que vive no topo.
Algumas interpretações da mitologia nórdica apontam que, na realidade, Ratatoskr pretendia destruir Iggdrasil através do confronto entre o dragão e a águia. Em alguns momentos, o deus da fofoca quase conseguiu o seu objetivo. As más línguas têm mesmo um poder destrutivo.
Djinn (Mitologia Árabe)
Normalmente, o nome desta criatura sobrenatural é traduzida em português como Gênio. Mais conhecidos por conceder desejos em histórias como a de Aladim, os djinni tinham o poder de materializar objetos e comida, bem como conseguiam se disfarçar com a aparência humana. Feitos de fogo e ar, podiam habitar qualquer objeto inanimado.
“Djinn”, em árabe, passa a ideia de dissimulação, invisibilidade e isolamento, enquanto que, na sua origem, a palavra latina “gênio” significa protetor. Acreditava-se que quando alguém nascia teria um djinn designado para proteger a pessoa por toda a sua vida, como um anjo da guarda. Outras histórias contam que quando o ser humano foi criado os djinni se recusaram a aceitá-los e foram expulsos do paraíso.
Ninfas (Mitologia Grega)
Habitantes da natureza, normalmente encontradas em lagos e bosques, as ninfas são jovens mulheres cheias de leveza e encanto. Elas são os espíritos da natureza e usualmente aparecem na mitologia como alvo da luxúria de sátiros e de deuses como Zeus. As ninfas não são imortais, porém vivem por longo tempo e não envelhecem.
Entre os dons das ninfas estão a habilidade de curar e nutrir plantas e animais. Elas também podem ler o futuro, conseguem manipular a energia e controlar emoções humanas. Então não chegue perto de uma ninfa de mau-humor! Ela pode controlar a sua mente até deixar você louco!
Sleipnir (Mitologia Nórdica)
O cavalo de oito patas montado por Odin (o poderoso deus de Asgard) era conhecido como o mais veloz do mundo, podendo cavalgar na terra, na água ou no ar. Mas o poder mais impressionante de Sleipnir é a capacidade de transportar os vivos para o mundo dos mortos ou, ao contrário, ir da terra dos mortos ao reino de Odin.
Sleipnir nasceu do encontro amoroso entre o garanhão cinza Svadilfari e uma linda égua branca, que na verdade era Loki transmutado. O cavalo era tão bom que Odin decidiu ficar com ele.
Em algumas regiões do Oriente, como a Sibéria, há referências na mitologia a um cavalo de oito patas. Aqui o poder é o mesmo: transportar o espírito para o além.
Curupira (Mitologia Brasileira)
Curupira é uma criatura da floresta. Em algumas partes do Brasil é chamado de Caipora. A sua principal característica são a cabeleira de fogo e os pés virados para trás, que ele usa para enganar os caçadores na mata. Os índios que viviam no Brasil antes da chegada dos portugueses já temiam o Curupira.
Ele habita o coração da floresta, bastante embrenhado na mata e distante das cidades. Engana caçadores, fazendo com que se percam ou até desapareçam. Usa assobios e gritos estridentes para assustar. Também sabe imitar a voz humana para atrair pessoas para as suas armadilhas.
Às vezes é representado como um menino de cabelos vermelhos, outras aparece como um anão com o corpo todo coberto de pelos. Apesar da aparência inofensiva, não se deve subestimar a capacidade traiçoeira dessa entidade.
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