As constelações do Zodíaco estão intimamente ligadas à como a Terra se move através dos céus. Essas constelações marcam a rota pelo qual o sol parece viajar ao longo de um ano, chamada de eclíptica.
A passagem do Sol através do zodíaco é um ciclo que foi usado por culturas antigas para determinar a época do ano, e também é associada ao signo das pessoas, quando elas nascem.
Mas apesar de pensarmos que as datas em um horóscopo correspondem a quando o sol passa por cada constelação, isso não funciona bem assim. Um exame mais detalhado do movimento da Terra, do Sol e das estrelas mostra que o zodíaco é mais complexo do que você imagina!
Astrologia e Astronomia, qual a relação?
Hoje, as constelações do zodíaco são mais citadas no contexto da astrologia ocidental, pois as 12 (ou 13) constelações correspondem aos 12 signos do zodíaco. Mas o problema de vincular as constelações astronômicas à astrologia para dar a esta última uma base mais “científica” é simples: as próprias constelações não são reais.
As constelações são grupos de estrelas que parecem estar próximas umas das outras, e que são nomeadas em função de diferentes objetos, animais ou figuras da mitologia, por observadores humanos em algum momento da história.
Elas são registradas em um mapa bidimensional do céu usado para orientação, para facilitar que os astrônomos encontrem objetos e expliquem sua localização e para os navegadores determinarem sua posição.
O universo, por outro lado, não é plano e não gira em torno do nosso planeta, que é o que torna arbitrário esses agrupamentos de estrelas. E embora até Carl Jung tenha dito que a astrologia tem algum valor como teoria da personalidade, ela não é baseada em nenhum tipo de ciência.
Além disso, a própria rota do sol muda em relação às estrelas a cada dia. Ao longo de um ano, o sol parece estar passando por diferentes constelações. Por exemplo, em um mês, o sol aparece em Capricórnio, no mês seguinte, em Aquário. Mas seu signo astrológico não necessariamente diz em que constelação o sol estava no dia em que você nasceu.
Mas agora que você conhece melhor essa relação entre astronomia e astrologia, descubra um pouco mais sobre as 12 constelações do Zodíaco, e a mais recente adicionada, Serpentário.
Capricórnio
Localizado no hemisfério sul, Capricórnio representa uma criatura que é uma mistura de peixe e cabra, e foi uma das constelações do Zodíaco identificadas pelo astrônomo grego Ptolomeu no século II.
Capricórnio está entre as mais fracas constelações, apenas mais brilhante que Câncer. Ele é a 40ª maior constelação do céu, se situando entre as outras constelações do gênero aquático, incluindo Aquário, Cetus, Peixes e Eridanus. Sua estrela mais brilhante é Deneb Algedi (Delta Capricorni), que faz parte de um sistema de estrelas múltiplas situado à 39 anos-luz da Terra.
O trópico de Capricórnio - o lugar onde o sol aparece ao meio-dia no solstício de inverno - foi originalmente cortado pela constelação de mesmo nome, mas a linha mudou desde então e percorre a constelação de Sagitário.
A mitologia sobre Capricórnio
A constelação tem suas raízes na cultura Suméria, que a identificou com uma figura mítica que era metade cabra e metade peixe, e Babilônia, que a retratou como um híbrido cabra-humano.
Os gregos associaram essa constelação ao deus da natureza, Pan. Segundo o mito, Pan ajudou Zeus a lutar contra os Titãs para ganhar seu lugar nos céus.
Na astrologia, que não é uma ciência, Capricórnio representa aqueles nascidos entre 22 de dezembro e 19 de janeiro.
Aquário
Aquário é a segunda maior constelação do zodíaco e a décima maior constelação geral, ocupando uma área de 2,4% do céu. Sua estrela mais brilhante é Sadalsuud (Beta Aquarii), uma super-gigante amarela encontrada à 610 anos-luz de distância.
A constelação pode ser vista na primavera no hemisfério sul e durante o outono no hemisfério norte. No entanto, não há estrelas particularmente brilhantes na constelação, por isso pode ser difícil visualizá-la a olho nu.
Aquário está localizado perto de outras constelações relacionadas com a água, como Cetus, Peixes, Delphinus e Eridanus.
A mitologia sobre Aquário
Os gregos relacionaram esta constelação com Ganimedes, o portador da taça dos deuses. De acordo com o mito, Ganimedes era um jovem de boa aparência que foi objeto do afeto de Zeus, sendo levado ao Monte Olimpo, onde serviu como copeiro para os deuses e recebeu a eterna juventude.
Aquário também tem vários significados e associações em outras culturas. Os astrônomos babilônios identificaram a constelação como representando o deus Ea, ou "O Grande", que era frequentemente retratado com um vaso transbordante.
Na astrologia, Aquário representa os nascidos entre 20 de janeiro e 18 de fevereiro.
Peixes
Peixes é a quarta maior constelação do zodíaco, e a 14ª maior constelação geral, ocupando uma área de 2,2% do céu. Sua estrela mais brilhante é Kullat Nunu (Eta Piscium), uma gigante amarela encontrada à 294 anos-luz da Terra.
Peixes fica no primeiro quadrante do Hemisfério Norte, cobrindo uma grande região em forma de V. Embora seja uma constelação razoavelmente grande, suas estrelas são fracas - nenhuma é mais brilhante que a quarta magnitude - o que torna difícil vê-la no céu a olho nu.
Peixes está localizado à nordeste de Aquário e a noroeste da constelação de Cetus, o monstro do mar. A constelação de Peixes também faz fronteira com Andromeda, Pegasus, Áries e Triangulum.
A mitologia sobre Peixes
No céu, Peixes é representado como dois peixes nadando em ângulos retos, um indo para o norte e outro para o oeste, sendo ligados por um cordão. Eles representam a deusa grega Afrodite e seu filho, Eros, que se transformou em peixe e pulou no rio Eufrates para fugir do monstro Typhon.
Na astrologia, Peixes representa os nascidos entre 20 de fevereiro e 20 de março.
Áries
Áries, o carneiro, é uma constelação de tamanho médio, ocupando a 39ª posição entre as 88 constelações modernas. Áries está localizado no hemisfério norte entre Peixes e Touro.
Sua estrela mais brilhante é o Hamal (Alpha Arietis), um gigante laranja de 66 anos-luz da Terra.
Áries é uma constelação antiga, mas não foi oficialmente reconhecida pela União Astronômica Internacional até 1922, e seus limites não foram definidos até 1930, quando foram delineados pelo astrônomo Eugène Delporte.
A mitologia sobre Áries
Na mitologia grega, Áries representa o carneiro cuja lã foi procurada por Jasão e os Argonautas. Para que Jasão recuperasse o trono de seu pai, seu tio ordenou que ele deveria conseguisse o Velocino de Ouro, a lã do carneiro.
Para que ele pudesse ter a lã, o rei Éeto lhe deu várias missões, que ele realizou junto com Hércules, os guerreiros como Cástor e Pólux (do mito de Gêmeos), Orfeu e o rei Teseu. Em honra aos seus feitos, o carneiro com lã de ouro foi transformado em uma constelação.
Na astrologia, Áries é o primeiro signo do Zodíaco, marcando o início do ano astrológico e representando aqueles nascidos entre 21 de março e 19 de abril.
Touro
Touro é a sexta maior constelação do zodíaco e a 17ª maior constelação geral, ocupando uma área de 1,9% do céu. Sua estrela mais brilhante é o Aldebaran (Alpha Tauri), um gigante laranja à 65,1 anos-luz de distância.
O touro também é uma das mais antigas constelações documentadas, com detalhes da constelação que remontam ao início da Idade do Bronze.
O mito de Touro
Quando Zeus se apaixonou pela princesa Europa, ele se transformou em um touro branco com chifres de ouro para levá-la para Creta. Quando Europa faleceu, Zeus colocou um touro feito por estrelas no céu, para que sempre se lembrasse dela.
Na astrologia, Touro é o segundo signo do Zodíaco e representa os nascidos entre 20 de abril e 20 de maio.
Gêmeos
Gêmeos é a 8ª maior constelação do zodíaco, e a 30ª maior constelação geral, ocupando uma área de 1,2% do céu. A estrela mais brilhante em Gêmeos é o Pollux (Beta Geminorum), uma gigante laranja que é encontrada à 34 anos-luz de distância da Terra.
Gêmeos é uma das poucas constelações que realmente se parece com o seu homônimo. Essa constelação é bastante fácil de detectar no céu, mesmo para observadores amadores. Está localizada à nordeste de Órion, e entre Touro e Câncer.
A constelação foi nomeada por causa dos gêmeos Castor e Pollux da mitologia grega. As duas estrelas mais brilhantes - também nomeadas de Castor e Pollux - representam as cabeças dos gêmeos, enquanto as estrelas mais fracas delineiam os dois corpos.
A mitologia sobre Gêmeos
Embora os gêmeos Castor e Pollux compartilhassem a mesma mãe, Leda, a rainha de Esparta, eles tinham pais diferentes. O pai de Castor era o marido de Leda e rei de Esparta. Já o pai de Pollux era Zeus, tornando Pollux imortal, enquanto seu irmão gêmeo, Castor, era mortal.
Os gêmeos, cuja irmã era Helena de Troia, lutaram juntos na Guerra de Troia. Quando Castor morreu, Pollux ficou perturbado. Então, Zeus decidiu fazer de Castor imortal também, e os dois ficariam juntos para sempre como a constelação de Gêmeos.
Na astrologia, Gêmeos é o terceiro signo do Zodíaco e representa os nascidos entre 20 de maio e 20 de junho.
Câncer
Câncer é a mais fraca das 13 constelações do Zodíaco, tendo apenas duas estrelas acima da quarta magnitude. Sua estrela mais brilhante é Al Tarf (Beta Cancri), uma gigante laranja situada à 290 anos-luz de distância.
Câncer está entre Leão e Gêmeos. É quase impossível ver essa constelação a olho nu ou até mesmo com binóculos. Mas com equipamentos certos, é possível vê-la no hemisfério norte no início da primavera e no hemisfério sul durante o outono.
O mito de Câncer
A constelação de Câncer representa o caranguejo gigante que atacou Hércules durante o segundo dos 12 trabalhos que ele realizou, como penitência por matar sua família. Ele foi enviado pela deusa Hera para atacar Hércules enquanto ele lutava contra a serpente da água Hidra, mas ele a matou.
Na astrologia, Câncer é o quarto signo do Zodíaco e representa aqueles nascidos entre 20 de junho e 22 de julho.
Leão
Leão é a terceira maior constelação do zodíaco, e a 12ª maior constelação geral, ocupando uma área de 2,3% do céu. A estrela mais brilhante de Leão é o Regulus (Alpha Leonis), um sistema múltiplo de 77 anos-luz.
Leão é uma das primeiras constelações reconhecidas, sendo documentada pelos mesopotâmicos. Os persas o chamavam Ser ou Shir, os turcos de Artan, os sírios de Aryo, os judeus de Arye e os índios de Simha. Todos os nomes são traduzidos como "leão".
Esta é uma constelação altamente reconhecível, pois é uma das poucas que se assemelham ao seu homônimo. É bastante fácil de encontrar porque as "estrelas apontadoras" da Ursa Maior apontam para Leão.
A mitologia sobre Leão
Na mitologia grega, Leão era o leão Nemean, que aterrorizava os cidadãos e tinha uma pele que não podia ser perfurada por ferro, bronze ou pedra. Matar o leão foi um dos 12 trabalhos de Hércules, que ele teve que realizar como penitência por matar sua família.
Tendo quebrado todas as suas armas lutando contra o leão, Hércules finalmente o estrangulou até a morte e colocou-o nos céus como uma de suas conquistas.
Na astrologia, Leão é o quinto signo do Zodíaco e representa aqueles nascidos de 22 de julho a 22 de agosto.
Virgem
Virgem é a maior constelação do zodíaco e a 2ª maior constelação em geral, ocupando uma área de 3,1% do céu e ficando apenas atrás de Hydra. A estrela mais brilhante em Virgem é a Spica (Alpha Virginis), um sistema múltiplo situado à 260 anos-luz.
Apesar da maioria das estrelas dessa constelação serem fracas, Spica é bastante fácil de localizar. Vinculada à fertilidade e à agricultura, Virgem aparece no Hemisfério Norte durante os meses de primavera e verão e no Hemisfério Sul no outono e inverno.
O mito sobre Virgem
Virgem é tipicamente ligada à Perséfone, filha de Deméter, a deusa da colheita. Segundo a mitologia grega, a Terra experimentou a eterna primavera até que o deus do submundo raptou a donzela da primavera, Perséfone.
Na astrologia, Virgem é o quinto signo do Zodíaco e representa aqueles nascidos entre 23 de agosto e 22 de setembro.
Libra
Libra é a única constelação do zodíaco representando um objeto inanimado, e ocupa o 29º lugar geral em termos de tamanho. Não possui estrelas de primeira grandeza, tornando-a relativamente fraca, mas ainda assim não é impossível de vê-la à olho nu.
Libra fica no hemisfério sul, entre Escorpião e Virgem. Anteriormente, Libra era considerada parte de Escorpião, mas os astrônomos romanos redesenharam o horizonte e as separaram.
A mitologia sobre Libra
A associação da balança com o equilíbrio começou com os antigos babilônios, representando o equilíbrio entre as estações, assim como o dia e a noite. Já os gregos antigos viam Libra como as garras de Escorpião. Para os romanos, Libra representava a balança da justiça mantida pela deusa Virgo.
Na astrologia, Libra é o sétimo signo do Zodíaco e representa aqueles nascidos entre 23 de setembro e 22 de outubro.
Escorpião
Escorpião é a décima maior constelação do zodíaco e a 33ª maior constelação geral, ocupando uma área de 1,2% do céu. Sua estrela mais brilhante é Antares (Alpha Scorpii), uma supergigante vermelha encontrada à 550 anos-luz da Terra.
A constelação de Escorpião intrigou as pessoas durante séculos, não só pela sua forma distinta, mas também porque é uma das mais brilhantes constelações do céu.
Apesar de ser mais conhecido como escorpião, nem todos os povos o viam assim. O povo da Indonésia chama essa constelação de Banyakangrem, que significa "o cisne mais novo". No Havaí, é conhecida como um anzol, e na mitologia chinesa, a constelação fazia parte do Dragão Azure.
Escorpião pode ser visto nos dois hemisférios. No norte, ele fica perto do horizonte sul, já no hemisfério sul, fica no alto do céu, perto do centro da Via Láctea.
A mitologia sobre Escorpião
Escorpião e Órion estão frequentemente interligados na mitologia grega. De acordo com um dos mitos, Órion se gabava de matar todos os animais da Terra. Então, a deusa Ártemis e sua mãe, Leto, mandaram um escorpião para matar Orion. Zeus colocou o escorpião no céu depois de vencer a batalha.
Em outro mito, o deus Apolo, irmão gêmeo de Ártemis, ficou furioso e enviou um escorpião para atacar Órion, porque ele dizia ser um caçador melhor que Ártemis. Então, Zeus colocou Órion e Escorpião no céu, mas eles apenas são visíveis em diferentes épocas do ano.
Na astrologia, Escorpião é o oitavo signo do zodíaco e representa os nascidos entre 24 de outubro e 22 de novembro.
Sagitário
Sagitário é a maior constelação do Hemisfério Sul, a quinta maior do zodíaco e a 15ª maior constelação geral. Sua estrela mais brilhante é a Kaus Australis (Epsilon Sagittarii), um sistema binário localizado à 140 anos-luz de distância, mas a constelação tem muitas estrelas brilhantes e é bastante visível à olho nu.
Essa constelação está no centro da Via Láctea, e além de Capricórnio e Escorpião, a constelação faz fronteira com outras constelações, como Áquila, Serpentário e Indus.
O mito sobre Sagitário
Os gregos identificam Sagitário como um híbrido de humano e cavalo. Em seu mito, Sagitário, o arqueiro, atira em Escorpião, que foi enviado para matar Órion, o Caçador. Já os babilônios associavam Sagitário ao deus Pabilsa, que tinha duas cabeças, uma humana e uma de pantera.
Na astrologia, Sagitário representa os nascidos entre 22 de novembro e 21 de dezembro.
Serpentário
Serpentário é uma constelação bastante grande e aparente, mas é uma das menos conhecidas. Embora o sol passe por essa constelação, durante muitos séculos os astrólogos a ignoraram como parte do zodíaco. A constelação finalmente ficou mais conhecida em 2011, quando eles a acrescentaram como signo astrológico e realinharam o calendário do Zodíaco.
Como é o caso com todas as constelações do Zodíaco, Serpentário também foi registrado no século 2 pelo astrônomo grego Ptolomeu, e seu nome em latim significa "portador da serpente".
A mitologia de Serpentário
Os romanos associaram a constelação à Asclépio, que aprendeu o segredo da imortalidade observando uma serpente tratar a outra com ervas medicinais. Zeus matou Asclépio com um raio porque ele não queria que todos fossem imortais, mas depois honrou suas boas ações dando-lhe um lugar nos céus.
Serpentário é o 13º signo do Zodíaco na astrologia e representa os nascidos entre 30 de novembro e 17 de dezembro.