Mais de 1.100 espécies de animais estão ameaçadas de extinção no Brasil. O motivo principal, quando se trata dos animais terrestres, é a perda e fragmentação do habitat. Em relação aos animais marinhos, a maior ameaça é a pesca predatória.
Para saber o quão ameaçada está a espécie, informamos seu estado de conservação segundo a Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais). Há sete categorias: 1 - pouco preocupante, 2 - quase ameaçada, 3 - vulnerável, 4 - em perigo, 5 - criticamente em perigo, 6 - extinta da natureza e 7 - extinta.
1. Mico-leão-da-cara-preta
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (agricultura, desmatamento, obras de infraestrutura) e caça
- Nome científico: Leontopithecus caissara
- Distribuição geográfica: estados de São Paulo e Paraná (ilha de Superagui)
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: no máximo 900 indivíduos
Esse primata brasileiro foi descoberto pela ciência há pouco tempo, mais precisamente em 1990, na ilha de Superagui, no Paraná. Depois disso, o mico-leão-da-cara-preta também foi avistado no continente, na divisa entre os estados do Paraná e São Paulo.
Embora parte da ilha do Superagui seja um parque nacional, a espécie encontra-se seriamente ameaçada, contando com no máximo 900 indivíduos. A destruição da Mata Atlântica e a caça são duas importantes ameaças ao futuro dessa espécie.
2. Bicudinho-do-brejo-paulista
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (crescimento urbano e agricultura)
- Nome científico: Formicivora paludicola
- Distribuição geográfica: algumas localidades de São Paulo, como Mogi das Cruzes e Guararema
- Habitat: brejos
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: entre 150 e 700 indivíduos
O bicudinho foi descoberto só em 2004, mas logo entrou para a lista de espécies de aves ameaçadas de extinção. O grande problema está na destruição do seu habitat: as várzeas do Alto Paraíba do Sul e do Alto Tietê.
Só a ocupação humana nessa região representa perda de 300 km² de habitat para essa espécie. E quando falamos em ocupação humana, estamos nos referindo sobretudo ao crescimento das cidades e o avanço da agricultura, que vão rapidamente tomando o lugar das áreas alagadas da Mata Atlântica, onde vive o bicudinho-do-brejo-paulista.
3. Gato-do-mato
Ameaças: perda e fragmentação de habitat e caça
- Nome científico: Leopardus trigrinus
- Distribuição geográfica: quase todo o território nacional
- Habitat: florestas tropicais, cerrado e caatinga
- Estado de conservação da espécie: vulnerável
- População estimada: entre 1.835 a 9.175 indivíduos
Conhecido por muitos nomes (como gato-macambira, gato-maracajá, pintadinho e mumuninha), o gato-do-mato ocorre em quase todo território nacional (sendo pouco frequente na Amazônia) e em outros países das Américas do Sul e Central. Assim, o Leopardus trigrinus se dá bem em diversos biomas, das florestas mais densas e úmidas (como a Mata Atlântica) a espaços geográficos mais secos, como a caatinga.
A destruição desses biomas, seja pelo avanço da agricultura ou das cidades, é a maior ameaça a essa espécie de felinos. Se não forem adotadas medidas de conservação, estima-se que até 2028 haja um declínio de até 10% de sua população atual.
4. Sauim-de-coleira
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (expansão urbana, desmatamento)
- Nome científico: Saguinus bicolor
- Distribuição geográfica: Amazonas, entre os rios Cuieras e Urubu
- Habitat: Amazônia
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: 46.500 indivíduos
O saguim-de-coleira é um dos primatas amazônicos que mais correm risco de extinção. Trata-se de um macaco pequeno - mede em torno de 30 cm de cabeça e tronco e pesa em média 500 g. Ele vive exclusivamente na região metropolitana de Manaus.
São várias as ameaças ao sauim-de-coleira, mas podemos destacar a perda e a fragmentação de habitat como as principais. O crescimento urbano e o avanço da agricultura estão fazendo essa belíssima espécie desaparecer pouco a pouco.
5. Muriqui-do-norte
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (desmatamento para pecuária e agricultura), caça e ecoturismo
- Nome científico: Brachyteles hypoxanthus
- Distribuição geográfica: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: 1.000 indivíduos
Também conhecido como mono-carvoeiro, o muriqui-do-norte é o maior primata de todo o continente americano, podendo medir até 80 cm (sem a cauda) e pesar 15 kg.
A perda e a fragmentação de seu habitat, a Mata Atlântica, seja pelo crescimento das cidades ou pela conversão de florestas em áreas produtivas, estão levando esse primata ao desaparecimento. Na Bahia, por exemplo, o muriqui foi quase extinto, restando uma pequena população no Parque Estadual do Alto Cariri, localizado no sul do estado.
6. Soldadinho-do-araripe
Ameaças: perda do habitat, degradação de mananciais e mudanças climáticas
- Nome científico: Antilophia bokermanni
- Distribuição geográfica: Chapada do Araripe, Nordeste
- Habitat: Mata Atlântica, cerrado e caatinga
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: entre 150 e 700 indivíduos
Localizado entre os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí, a Área de Preservação Ambiental da Chapada do Araripe é o único local onde esse pássaro, que mede em torno de 15 cm, pode ser encontrado. Até 1998, só os moradores da região sabiam de sua existência, chamando-lhe de galo-da-mata ou cabeça-vermelha-da-mata.
Uma das principais ameaças a essa espécie são as mudanças climáticas, que estão alterando de forma drástica o clima da região. Períodos de seca prolongada reduzem a vazão de fontes de água, fazendo diminuir a umidade das matas das encostas. A umidade é essencial para a manutenção dessas matas, onde vivem os últimos soldadinhos-do-araripe.
7. Muriqui-do-sul
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (desmatamento), caça e ecoturismo
- Nome científico: Brachyteles arachnoides
- Distribuição geográfica: Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: 1.300 indivíduos
Não confundir com o muriqui-do-norte! O Brachyteles arachnoides vive mais ao sul, embora no mesmo bioma de seu primo do norte: a Mata Atlântica. Em São Paulo, ele pode ser encontrado na Serra da Mantiqueira. Já no Rio, na Serra da Bocaina. Tal como seu primo do norte, ele é enorme!
Os problemas também são os mesmos: perda e fragmentação do habitat. Há séculos que a Mata Atlântica é um dos biomas brasileiros que mais sofrem com as atividades humanas.
8. Sapo-da-terra
Ameaça: perda e fragmentação do habitat
- Nome científico: Proceratophrys moratoi
- Distribuição geográfica: cidades de Botucatu, São Carlos e Itirapina (São Paulo)
- Habitat: brejos, riachos
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: desconhecida
A população de sapos-da-terra não para de diminuir. A razão para isso é o fato de seu habitat ser constantemente eliminado ou fragmentado devido às atividades econômicas ou ao crescimento das cidades.
Sapos-da-terra dependem dos brejos para sobreviver. E esses brejos estão sendo drenados para dar lugar a pastagens, plantações ou para urbanização.
9. Peixe-serra
Ameaças: pesca e degradação do habitat
- Nome científico: Pristis pristis
- Distribuição geográfica: Oceano Atlântico e rios (América do Sul e América Central)
- Habitat: águas rasas costeiras, águas salobras de estuários, água doce
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: desconhecida
Essa incrível espécie de peixe é encontrada praticamente em toda a América, embora ocorra com mais frequência nas costas brasileira e mexicana. No Brasil, o peixe-serra também pode ser avistado nadando na bacia do rio Amazonas.
Há duas explicações básicas para essa espécie estar seriamente ameaçada de extinção: a degradação de habitat (dos ambientes costeiros e dos manguezais) e a pesca. No caso da pesca, as grandes vilãs são as redes de emalhar e de arrasto, das quais dificilmente os peixes-serra conseguem se desvencilhar.
10. Mico-leão-da-cara-dourada
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (expansão urbana, agricultura e pecuária)
- Nome científico: Leontopithecus chrysomelas
- Distribuição geográfica: Bahia e Rio de Janeiro
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: criticamente em perigo
- População estimada: entre 6.000 e 15.000 indivíduos
Extinto no estado de Minas Gerais, hoje o mico-leão-da-cara-dourada só pode ser encontrado na Bahia e no Rio de Janeiro. As populações dessa espécie encontram-se fragmentadas e em declínio contínuo.
A Mata Atlântica já perdeu mais de 90% de seu tamanho original desde que os portugueses chegaram ao Brasil em 1500. E a devastação desse bioma continua, com o avanço das pastagens, da agricultura e das cidades. É por essas razões que essa espécie de mico-leão corre sério risco de ser extinta.
11. Tapiti
Ameaças: perda e fragmentação de habitat (desmatamento, crescimento das cidades)
- Nome científico: Sylvilagus brasiliensis
- Distribuição geográfica: em vários estados do Brasil (Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul)
- Habitat: florestas, campos e cerrados
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: desconhecida
Pouco se fala de coelhos selvagens no Brasil. Mas, sim, eles existem! Na verdade, a única espécie de coelhos nativa do Brasil é o tapiti, também chamado de coelho-silvestre ou simplesmente coelho-do-mato. Ele mede entre 20 e 40 cm, tem no máximo 6 cm de cauda e pesa cerca de 1,2 kg. Ele ocorre em praticamente todo o território brasileiro.
12. Marianinha-de-cabeça-amarela
Ameaças: perda do habitat e captura ilegal
- Nome científico: Pionites leucogaster
- Distribuição geográfica: Norte do Brasil
- Habitat: Amazônia
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: desconhecida
Classificada como "em perigo" desde 2014, a marianinha (também conhecida como periquito d'anta) é uma ave exuberante, cuja plumagem é idêntica às cores da bandeira do Brasil, exceção feita ao azul e com o acréscimo do laranja no "capuz".
Pena que toda essa beleza acaba sendo prejudicial ao futuro da própria espécie. Além da perda e fragmentação do habitat (em decorrência do desmatamento), a marianinha sofre com a ação ilegal de contrabandistas.
13. Capininga
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (pecuária, crescimento urbano), queimadas intecionais e caça
- Nome científico: Trachemys adiutrix
- Distribuição geográfica: região litorânea do Maranhão e Piauí
- Habitat: restinga, dunas e campos abertos
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: desconhecida
Essa espécie de tartaruga é encontrada em 26 localidades dos estados do Maranhão e Piauí, com destaque para o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. A capininga, também chamada de juraraca, jurará ou simplesmente cágado, apesar de depender de lagoas de água doce para sobreviver, pode passar meses em ambiente terrestre durante o período de estiagem.
Um dos fatores que contribuem com o desaparecimento da capininga é a perda de habitat em virtude do crescimento urbano. Além disso, muitos indivíduos morrem incinerados devido à queima proposital do capim para renovação das pastagens, prática que acontece todos os anos.
14. Albatroz-de-nariz-amarelo-do-atlântico
Ameaças: captura acidental durante a pesca e degradação do ecossistema
- Nome científico: Thalassarche chlororhynchos
- Distribuição geográfica: Atlântico Sul (América do Sul, África e Oceania)
- Habitat: litoral marinho
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: entre 35.000 e 73.500 indivíduos
O albatroz-de-nariz-amarelo consta da lista de animais em extinção de muitos países, já que essa espécie está distribuída em várias regiões do globo. No Brasil, o albatroz-de-nariz-amarelo (que tem esse nome devido à faixa amarela na parte de cima do bico) pode ser visto principalmente na costa sudeste e sul.
A grande ameaça a essa espécie de albatroz é a pesca de espinhel, uma técnica que se utiliza de vários anzóis e iscas. Atraídos aos barcos pesqueiros em busca de comida, muitos albatrozes tentam comer a isca antes que ela atinja a profundidade ideal para a captura de peixes, sendo fisgados por engano e morrendo afogados.
15. Morceguinho-do-cerrado
Ameaças: perda, fragmentação e degradação do habitat (mineração)
- Nome científico: Lonchophylla dekeyseri
- Distribuição geográfica: Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Piauí
- Habitat: cerrado
- Estado de conservação da espécie: em perigo - declínio contínuo
- População estimada: 600 indivíduos
O morceguinho-do-cerrado é bem pequeno, medindo em torno de 35 cm e pesando 12 g. Ele habita cavidades e cavernas do cerrado brasileiro, podendo ser encontrado sobretudo no estado de Goiás.
O maior problema que essa espécie enfrenta tem a ver com o desmatamento do cerrado, que representa para ela a perda de seu habitat. Outra ameaça é a mineração, atividade que destrói o ambiente que essa espécie precisa para se abrigar.
16. Barranqueiro-do-nordeste
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (desmatamento, agricultura), uso de recursos biológicos (extração da madeira) e poluição
- Nome científico: Automolus lammi
- Distribuição geográfica: Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Alagoas
- Habitat: floresta tropical
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: entre 1.000 e 2.500 indivíduos
Medindo em torno de 20 cm, o pequeno barraqueiro-do-nordeste é conhecido por esse nome porque costuma construir seu ninho em barrancos, fazendo um pequeno buraco na terra. Sua distribuição geográfica é bastante restrita, podendo ser encontrado em algumas áreas do nordeste.
Sua população não para de diminuir devido sobretudo à perda e à degradação de seu habitat. A expansão das plantações de cana-de-açúcar constitui uma ameaça real ao barranqueiro. Outra ameaça é a exploração ilegal de árvores, problema que pode ser notado na Estação Ecológica de Murici, em Alagoas.
17. Tuco-tuco-das-dunas
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (desenvolvimento residencial e comercial) e degradação ambiental (introdução de plantas exóticas e animais domésticos)
- Nome científico: Ctenomys flamarioni
- Distribuição geográfica: Rio Grande do Sul
- Habitat: dunas da planície costeira do Rio Grande do Sul
- Estado de conservação da espécie: em perigo - declínio contínuo
- População estimada: desconhecida
Este curioso mamífero da ordem dos roedores, que mede em torno de 20 cm, vive a maior parte do tempo no subsolo, em túneis que ele mesmo cava sob as areias da costa do Rio Grande do Sul. Lá o tuco-tuco se abriga, se alimenta, se reproduz e cuida de seus filhotes, saindo de vez em quando para buscar alimentos, como folhas e talos.
O que mais ameaça o tuco-tuco, segundo a IUCN, é o avanço de habitações urbanas e áreas de turismo, que interferem de forma negativa no seu habitat.
18. Macuquinho-baiano
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (agricultura e pecuária)
- Nome científico: Eleoscytalopus psychopompus
- Distribuição geográfica: Bahia
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: entre 250 e 1.000 indivíduos
O macuquinho-baiano ocorre numa área bastante restrita, uma estreita faixa de Mata Atlântica de planície que se estende entre as cidades de Ilhéus (ao sul) e Valença (ao norte), no litoral baiano.
Devido à perda de habitat, a população de macuquinhos, que já é pequena, está ficando cada vez menor. A Mata Atlântica costeira na Bahia tem hoje apenas 10% de seu tamanho original.
19. Sagui-da-serra-escuro
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (desenvolvimento residencial e comercial), doenças invasivas e extração de madeira
- Nome científico: Callithrix aurita
- Distribuição geográfica: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: 10.000 a 11.000 indivíduos
Também chamado de sagui-estrela-preto, este pequeno primata, endêmico da Mata Atlântica do sudeste, vive em grupos de no máximo oito indivíduos, com uma fêmea dominante.
As duas maiores ameaças ao sagui-da-serra-escuro são a perda de habitat e a competição por recursos com outras espécies. Uma das espécies invasoras é o sagui-de-tufos-brancos, originário do nordeste. Essa espécie foi introduzida na região provavelmente por pessoas que compram esses animais no mercado ilegal e depois os soltam na mata.
20. Tapaculo-de-brasília
Ameaças: perda e degradação do habitat (poluição e extração de água dos rios)
- Nome científico: Scytalopus novacapitalis
- Distribuição geográfica: Minas Gerais, Goiás e Brasília
- Habitat: cerrado, matas de galeria
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: desconhecida
Essa ave foi descoberta em 1957, durante a construção de Brasília. Suas aparições são raras, já que a ave é pequena (tem em média 11 cm) e se confunde com a folhagem das matas de galeria onde vive. Matas de galeria são faixas de floresta ao longo de zonas úmidas e rios.
O tapaculo depende dessas zonas úmidas para sobreviver. A diminuição da vazão dos rios, devido à utilização da água para sistemas de irrigação, é uma das razões para a degradação de seu habitat. Além disso, não podemos nos esquecer do desmatamento do cerrado.
21. Boto-cor-de-rosa
Ameaças: pesca, degradação do habitat (barragens e hidrelétricas) e poluição
- Nome científico: Inia geoffrensis
- Distribuição geográfica: Amazonas
- Habitat: bacia do rio Amazonas e afluentes
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: desconhecida
Medindo em torno de 2,30 m e pesando 150 kg, o boto-cor-de-rosa é o maior golfinho de água doce do mundo. Ele vive na bacia do rio Amazonas e tem fama de conquistador. Diz a lenda que, nas noites de lua cheia, o boto-cor-de-rosa se transforma num belo rapaz que vai às festas da cidade jogar seu charme para cima das moças solteiras.
A lenda é curiosa. Mas a realidade do boto não é das melhores. Algumas atividades humanas, como a pesca e a construção de obras de infraestrutura, constituem ameaças para a espécie. Barragens dividem as populações e dificultam a migração.
22. Guariba-de-mãos-ruivas
Ameaças: perda e fragmentação de habitat (expansão urbana, desmatamento, agricultura, pecuária), caça e instalação de usinas hidrelétricas
- Nome científico: Alouatta belzebul
- Distribuição geográfica: Maranhão, Tocantis, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas
- Habitat: Amazônia e Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: vulnerável
- População estimada: 500 indivíduos (Mata Atlântica) e 10.000 (Amazônia)
Essa espécie de bugio pode ser encontrada em duas regiões: no norte (Amazônia), onde vivem 95% de sua população, e no litoral nordestino (Mata Atlântica). Esses macacos são considerados grandes, medindo cerca de 1 metro (com a cauda) e podendo pesar até 8 kg.
Se medidas não forem tomadas para conter o desmatamento da Amazônia, esse bioma pode ser completamente devastado até 2070. Com a perda do habitat, a tendência é a de que o guariba-de-mãos-ruivas também desapareça.
23. Lobo-guará
Ameaça: perda e fragmentação de habitat (desmatamento), atropelamentos e caça
- Nome científico: Chrysocyon brachyurus
- Distribuição geográfica: Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil (além de outras regiões da América do Sul)
- Habitat: cerrado
- Estado de conservação da espécie: quase ameaçada
- População estimada: 17.000 indivíduos
O lobo-guará, também conhecido como lobo-vermelho ou agaraçu, é o maior canídeo da América do Sul. Os maiores animais podem chegar a um metro de altura e pesar até 30 kg. Trata-se de um animal de hábitos noturnos, solitário e tímido, praticamente inofensivo para os seres humanos.
O lobo-guará sofre sobretudo com a devastação do cerrado (resultado do avanço de áreas de pastagens e de plantações) e com a caça. Rodovias também oferecem risco ao grande lobo do cerrado, que pode ser atropelado por veículos durante suas andanças noturnas.
24. Cervo-do-pantanal
Ameaças: perda e fragmentação de habitats, doenças exóticas, caça, degradação do ecossistema
- Nome científico: Blastocerus dichotomus
- Distribuição geográfica: principalmente Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
- Habitat: Pantanal
- Estado de conservação da espécie: vulnerável
- População estimada: 25.000 indivíduos
A maior espécie de cervo da América Latina (podendo pesar até 130 kg) habita principalmente as zonas de várzeas dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Originalmente, o Blastocerus dichotomus transitava por todas as regiões do país, desde o sul da Floresta Amazônica até o sul do Rio Grande do Sul.
Porém, devido sobretudo à perda de habitat e à caça predatória, a população desse belíssimo cervo foi diminuindo ano após ano, encontrando-se hoje em situação de vulnerabilidade. A perda de habitat se deve a vários fatores, entre os quais a pecuária, a agricultura e obras de infraestrutura - a construção de barragens elimina as várzeas dos rios, ambiente do qual o cervo-do-pantanal depende para sobreviver.
25. Onça-pintada
Ameaças: perda e fragmentação de habitat (agricultura, pecuária, mineração) e caça
- Nome científico: Panthera onca
- Distribuição geográfica: várias regiões do Brasil
- Habitat: florestas tropicais,cerrado e Pantanal
- Estado de conservação da espécie: quase ameaçada
- População estimada: menos de 10.000 indivíduos
A maior espécie de felino das Américas ocorre numa grande extensão do território brasileiro e em todos os biomas (do cerrado à Mata Atlântica), exceto nos pampas do Rio Grande do Sul. Um indivíduo macho pode pesar até 135 kg e medir 1,90 m de comprimento.
Tecnicamente, o jaguar (como também é conhecido) não está em extinção. Porém, isso pode ocorrer no futuro, já que sua população se encontra em declínio contínuo. As duas grandes ameaças à onça-pintada são a perda e fragmentação de habitat (avanço de pastagens e plantações) e a caça.
26. Jacutinga
Ameaças: caça e perda de habitat (desmatamento)
- Nome científico: Aburria jacutinga
- Distribuição geográfica: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: entre 1.500 e 7.000 indivíduos
Também conhecida como jacupará, jacuapeti e peru-do-mato, a jacutinga destaca-se fisicamente pela sua crista branca e seu bico azulado. Passa a maior parte do tempo nas árvores e se alimenta de frutos, entre os quais o coquinho da palmeira juçara. Ela tem em torno de 75 cm de altura.
Como tantas outras espécies da Mata Atlântica, a jacutinga sofre com a perda de habitat. A caça também constitui uma ameaça a essa espécie, cuja população está em declínio.
27. Tamanduá-bandeira
Ameaças: perda e fragmentação de habitat, caça e atropelamentos
- Nome científico: Myrmecophaga tridactyla
- Distribuição geográfica: várias regiões do Brasil
- Habitat: cerrados, campos e florestas
- Estado de conservação da espécie: vulnerável
- População estimada: desconhecida
Essa espécie é a maior da família dos tamanduás, podendo atingir dois metros de comprimento entre o focinho e a ponta da cauda. O bicho também é bem pesado: os maiores indivíduos passam dos 40 kg. Trata-se de um animal exuberante, que pode ser encontrado em várias regiões do Brasil (do Amazonas ao Paraná) e em outros países das Américas do Sul e Central.
Infelizmente, a espécie encontra-se em situação de vulnerabilidade devido a vários fatores: desmatamento, agricultura, pecuária, incêndios, caça e construção de rodovias, que leva a atropelamentos.
28. Tatu-bola
Ameaças: perda e fragmentação do habitat (desmatamento, agricultura) e caça
- Nome científico: Tolypeutes tricinctus
- Distribuição geográfica: Nordeste e Centro-Oeste
- Habitat: caatinga
- Situação atual da espécie: vulnerável
- População estimada: desconhecida
Esta é a menor espécie de tatu do Brasil (tem em torno de 42 cm) e a mais ameaçada. Sua escolha para ser o mascote da Copa do Mundo do Brasil em 2014 se deveu em grande medida ao fato desse animal estar correndo risco de extinção. Um dado curioso sobre essa espécie é a sua estratégia de defesa: diante de qualquer ameaça, o tatu se enrola feito uma bola, protegendo-se com sua grossa carapaça.
Mas o pequeno e tímido tatu-bola não consegue se proteger dos seres humanos. O avanço do agronegócio e a caça são as duas principais ameaças ao futuro desse animal tipicamente brasileiro. Se nada for feito, essa espécie pode desaparecer até 2070.
29. Mutum-do-sudeste
Ameaças: perda e fragmentação de habitat (para plantações e pastagens) e caça
- Nome científico: Crax blumenbachii
- Distribuição geográfica: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: em perigo
- População estimada: entre 130 e 170 indivíduos
Também conhecido como mutum-de-bico-vermelho, esse galináceo é da mesma família da jacutinga. Tal como a prima, vive na Mata Atlântica, podendo ser encontrada em apenas seis áreas distribuídas sobretudo na região sudeste. Essa espécie de mutum mede entre 80 e 85 cm e pesa aproximadamente 3,5 kg.
30. Choquinha-chumbo
Ameaça: perda e fragmentação de habitat
- Nome científico: Dysithamnus plumbeus
- Distribuição geográfica: Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia
- Habitat: Mata Atlântica
- Estado de conservação da espécie: vulnerável
- População estimada: entre 2.500 e 10.000 indivíduos
O choquinha-chumbo vive na Mata Atlântica, ocorrendo de forma bastante fragmentada na Bahia, entre os municípios de Itabuna, Jequié e Itarantim; em Minas, entre Ipatinga e Ponte Nova; no Espírito Santo, em municípios como Itarana, Colatina, Linhares e Nova Venécia.
Acredita-se que a população de choquinha-chumbo esteja em declínio devido à constante perda de habitat. O que salva essa espécie é o pequeno número de áreas protegidas onde ela se refugia, como a Reserva de Serra Bonita, no sul da Bahia.
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